Cuidar do dinheiro da sua empresa vai muito além de pagar contas, recolher impostos ou emitir boletos. Para crescer com segurança, é preciso ter organização e saber exatamente as entradas e saídas do caixa. Neste contexto, as rotinas financeiras são fundamentais.
Isto é, mais do que tarefas burocráticas, elas organizam o dia a dia do setor e permitem uma visão clara de como o negócio está, sendo também fator para tomada de decisões, como investimentos, expansão e cortes de custos. Mas afinal, como estruturar as rotinas financeiras? O artigo da Qive aborda isso e muito mais! Acompanhe a seguir.
O que são rotinas financeiras?
As rotinas financeiras são as atividades cotidianas executadas em uma organização para controlar, organizar e gerir as finanças. Essas tarefas normalmente ficam sob responsabilidade do setor financeiro, mas afetam toda a companhia. Por isso, precisam ser bem organizadas e planejadas.
A título de exemplo, antes de comprar um novo maquinário ou abrir uma nova unidade, uma cafeteria precisa saber se há recursos financeiros disponíveis. Isso só é possível se as rotinas financeiras estiverem em pleno funcionamento. Elas ajudarão a evitar erros, reduzir riscos e tomar decisões mais certeiras.
Principais rotinas financeiras de uma empresa
A rotina financeira inclui uma série de afazeres. As principais delas não são meramente operacionais: elas formam a base das boas práticas de governança financeira.
Essas rotinas visam garantir um controle adequado dos recursos. Entre as mais comuns, estão:
- Monitoramento de contas a pagar e a receber
- Manutenção do fluxo de caixa
- Conciliação bancária
Cada uma dessas atribuições tem um papel significativo para o bom funcionamento do financeiro, pois deve envolver um alinhamento rigoroso entre o financeiro e outros departamentos. É necessário que todas as transações sejam executadas dentro dos prazos estipulados, otimizando o capital de giro.
Planejamento financeiro e orçamentário
Planejar é essencial, pois ajudará a organizar com antecedência e decidir quanto e onde investir. Já o controle orçamentário acompanha esses gastos e ajuda a perceber se algo está saindo do previsto e ajustar o necessário.
Esse planejamento também envolve o cuidado com os bens da organização (chamados de ativos) e suas obrigações (chamados de passivos). Quando essa gestão é bem feita, hã mais segurança e equilíbrio para crescer.
Conciliação bancária
Conferir os dados do sistema com o extrato do banco e boletos é o que chamamos de conciliação bancária. O ideal é adotar essa rotina diariamente, especialmente se o fluxo de caixa é grande. Caso não seja possível por falta de pessoal, considere a conciliação semanal para evitar as famosas bolas de neve.
Com essa conferência, identificamos erros, taxas pagas indevidamente ou lançamentos não reconhecidos. Isso evita surpresas, fraudes e ajuda a manter os números sempre corretos.
Gestão de contas a pagar e receber
Essa rotina é simples de entender, porém, é necessária realizá-la. Seu CNPJ precisa realizar pagamentos dentro do prazo e cobrar de clientes e parceiros, para receber sem atrasos.
Esse controle só pode ser feito com uma boa gestão, mantendo o fluxo de caixa equilibrado e evitando dívidas desnecessárias do dia a dia — a famosa conta fiada ou pendurada.
Controle de fluxo de caixa
O fluxo de caixa mostra todas as entradas e saídas. Assim, a gestão desse fluxo identificará se há dinheiro suficiente para pagar as contas no final do ciclo. Quando bem feito, podemos prever obstáculos, planejar compras, pagar fornecedores em dia e até decidir quando investir em melhorias.
Gestão de impostos
Toda CNPJ deve pagar tributos como impostos, taxas e contribuições. É preciso saber o que pagar, quando pagar e como pagar. Gerir essa área vai evitar multas e problemas com o fisco, além de encontrar formas legais de diminuir a carga de impostos, por meio de regimes tributários mais adequados ou incentivos fiscais.
Gestão fiscal e tributária
Além de pagar impostos, ela envolve também o controle das obrigações legais junto aos órgãos públicos municipais, estaduais ou federais. Uma boa gestão saberá:
- escolher o regime tributário adequado
- emitir e armazenar NFes e NFSes corretamente
- calcular tributos com precisão
- entregar declarações
- organizar e guardar documentos para auditorias e possíveis fiscalizações
Uma rotina envolvendo a gestão fiscal evita problemas como multas, juros, autuações ou até o bloqueio de atividades. E tem mais: ela permite enxergar oportunidades e evita o pagamento de impostos indevidos.
Gestão de riscos
Outro fator importante nas rotinas financeiras é a gestão de riscos. Através dela, podemos identificar os impactos à saúde financeira e avaliar as possibilidades do mercado. Assim, é mais prático mitigar esses riscos.
Gerir riscos inclui análises de liquidez e operacionais, mercado, crédito para:
- se proteger contra perdas
- auxiliar na manutenção da estabilidade financeira
- garantir continuidade nas operações mesmo diante de imprevistos.
Relatórios
Desenvolver relatórios, principalmente financeiros, é uma forma de recolher os principais dados sobre a saúde da companhia. Ou seja, esses documentos mostram o volume de gastos, recebimentos, dívidas e lucros. Dessa forma, é mais fácil tomar decisões seguras e planejar os próximos passos.
Acompanhamento de KPIs
Definir os indicadores de desempenho do seu negócio é uma das maneiras de avaliar o sucesso do financeiro. Uma rotina financeira bem feita acompanhará os principais indicadores para adicioná-los nos relatórios falados anteriormente, além de ajudar no planejamento e mudanças de rotas. Considere alguns dos principais indicadores a seguir:
- Margem de lucro
- Rentabilidade
- EBITDA (Earnings Before Interest, Taxes, Depreciation, and Amortization, ou lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização)
- ROI (Retorno sobre o investimento)
- Índice de liquidez
- Índice de endividamento.
Importância de estabelecer rotinas financeiras em uma empresa
Essas rotinas são importantes para criar uma cultura organizacional baseada em disciplina, transparência e responsabilidade. Elas estabelecem padrões claros para a gestão dos recursos, permitem detectar riscos com antecedência e garantem a conformidade com obrigações legais e fiscais. Além disso, fornecem as bases necessárias para um planejamento estratégico robusto e sustentável.
Empresas com rotinas bem estruturadas têm maior previsibilidade nos resultados, reduzem a chance de erros e se destacam pela eficiência na gestão de seus recursos.
Como estruturar rotinas do setor financeiro?
Para ter uma rotina, é preciso ter estrutura, certo? Portanto, o primeiro passo é mapear todos os processos necessários no dia a dia: contas a pagar e a receber, fluxo de caixa, conciliação bancária, apuração de impostos, entre outros.
Em seguida, documente essas mudanças, além de definir responsáveis e estabelecer prazos para cada atividade. Após essa fase, considere automatizar tarefas repetitivas com o uso de ferramentas, como ERPs. Esses softwares ajudam também na integração com sistemas de outras áreas para centralizar os dados relevantes em todos os departamentos envolvidos.
Por fim, a capacitação da equipe também é um passo para estruturar rotinas no financeiro. Ela contribuirá para evolução contínua, junto com as necessidades da instituição.
Assim, temos o passo a passo:
- Mapeie as rotinas necessárias
- Documente os planos e mudanças
- Defina responsáveis
- Estabeleça prazos
- Automatize o trabalho maçante
- Treine os colaboradores da área
Lembre-se: rotinas financeiras bem definidas são consideradas um diferencial competitivo, independentemente do porte. Uma vez padronizados e bem executados, as decisões tomadas serão mais embasadas para auxiliar no constante crescimento.
Quer continuar aprendendo sobre gestão financeira, fiscal, vendas e saber das últimas atualizações do fisco? Acesse o blog da Qive e acompanhe nossos conteúdos atualizados para escalar o seu negócio.
Veja também
Otimize rotinas, reduza custos e evite multas
Otimize rotinas, reduza custos e evite multas